Afinal, o que acontece no nosso corpo que nos faz menstruar? E qual é sua relação com a fertilidade?Eu sou a Paula, ginecologista da Dedicae, e nesta matéria vou contar tudo que você precisa saber sobre menstruação e fertilidade!
Vamos juntas?
Começando pelo começo…
O que é a menstruação e fertilidade?
O sangramento da menstruação é um sinal ao nosso corpo de que havíamos preparado o interior do útero (endométrio) para a gestação, mas que, ela não aconteceu durante aquele ciclo.
Para que a menstruação ocorra, é necessário que exista o crescimento de um folículo (já vamos no familiarizar com alguns termos… o folículo é “casa” do óvulo, o local no qual ele permanece no ovário, até o momento de ser liberado, na ovulação). Desse modo, o óvulo se torna disponível para seu encontro com o espermatozoide.
Caso este “namoro” entre as duas células ocorra de forma adequada, no processo de fertilização, há a formação de um embrião e, posteriormente, a implantação dessa nova vida no endométrio. Este é o início da gravidez! Com isso, não há motivos para que nosso útero descame (menstruação) uma vez que o endométrio serviu como uma cama fofinha para o embrião.
Entretanto, quando a fertilização não acontece, nosso organismo é tão perfeito que prefere preparar uma nova “caminha” para o possível futuro embrião, então menstruamos. Portanto, para acontecer a menstruação, ocorre uma ovulação que não passou por um processo de fertilização.
Então eu ovulo antes de menstruar pela primeira vez?
Sim! Inclusive é possível engravidar antes da primeira menstruação (menarca)! Mas de forma geral, consideramos a menarca como uma evidência de que o período fértil começou.
E como é essa história de estoque de óvulos? Ele é infinito?
Limitação de óvulos
As mulheres em uma análise simplesmente biológica são responsáveis por carregar a prole e consequentemente perpetuar a espécie. Nessa visão, temos que produzir descendentes saudáveis que possam dar continuidade aos genes para as gerações futuras. Por isso, estamos aptas a gestar tão cedo e pelo mesmo motivo temos um “prazo de validade” (calma! Somente no aspecto reprodutivo).
Nascemos com todo os óvulos que teremos por toda nossa vida. Quando estamos no útero na nossa mãe, temos o maior número de óvulos que teremos. Com 20 semanas de gestação, temos cerca de 7 milhões de óvulos. Ao nascimento, essa quantidade passa a ser de 2 milhões e, quando atingimos a puberdade e começamos a menstruar, esse número passou para 300 a 500 mil óvulos!
Para nosso corpo, selecionar somente um folículo para cada ovulação é muito arriscado. Na verdade, nosso cérebro “chama” vários folículos e seleciona o melhor deles para a ovulação: aquele que possui o melhor óvulo para que, naquele ciclo, aconteça uma gestação. Entretanto, uma vez tendo recebido “O chamado”, os folículos que não foram escolhidos não podem ficar disponíveis em nosso estoque para o próximo ciclo; eles morrem!
Desse modo, a quantidade de nossos óvulos diminui a cada ciclo.
Infelizmente, esse processo não pode ser desacelerado ou estacionado, mesmo com o uso de anovulatórios (anticoncepcionais) ou até durante a gestação.
Para tudo, Paula! Então agora fora minha carreira profissional, ainda tenho que me preocupar com essa diminuição dos óvulos?
Como lidar com a redução dos número de óvulos
Na verdade, não se preocupar, mas não esquecê-los! Precisamos manter em mente que nosso organismo é perfeito e que também temos um “timing perfeito” para também pensarmos em gestar. Nem sempre nosso organismo consegue esperar pelo momento ideal perfeito para termos filhos: príncipe encantado, casamento perfeito, casa perfeita e estarmos no auge de nossas carreiras profissionais. Para nossa felicidade, a Medicina avançou a ponto de podermos estacionar a idade de nossos óvulos, num processo chamado de congelamento de óvulos.
Conte sempre com a Dedicae! Estamos juntas nessa e em todas as fases da sua vida!
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